Agroecologia, TICs e Tecnologias Sociais: análise de caso do aplicativo de comercialização “Cestas Cooperflora” do assentamento Milton Santos em Americana (São Paulo, Brasil)
DOI:
https://doi.org/10.48160/18517072re57.267Palabras clave:
agroecologia, circuitos curtos, tecnologias sociais, mercados sociais, políticas públicasResumen
Diante do sistema agroalimentar hegemônico que caracteriza o Brasil como país latifundiário, monocultor e agroexportador de commodities agropecuárias, a agricultura familiar tem sido severamente comprometida em sua capacidade produtiva pela assistência técnica rural deficiente e pautada nos interesses do agronegócio brasileiro, com a descontinuidade de programas governamentais e políticas públicas de soberania e segurança alimentar e nutricional e desenvolvimento rural sustentável. Outro elemento é a orientação da política científica e tecnológica do Estado, orientada para sustentar o setor “agro-tech” em toda a cadeia produtiva desde a pesquisa e desenvolvimento, obstruindo elos políticos e executivos que permitem o estabelecimento de redes sociotécnicas para inclusão de grupos em contínua vulnerabilidade no circuito técnico-tecnológico. O objetivo deste trabalho é apresentar a experiência de desenvolvimento de uma tecnologia social de comercialização implementada durante a pandemia de Covid-19 por meio de uma rede sociotécnica constituída pelo Estado através do Núcleo de Estudos em Agroecologia, Educação e Sociedade do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo no território de reforma agrária do Assentamento Milton Santos, Americana/SP. Os resultados demonstram que a tecnologia tem dinamizado o mercado social de escoamento da produção do território e fortalecido o modelo de circuito curto de comercialização, ao mesmo tempo em que contribui para a cidadania sociotécnica e inclusão social das agricultoras e agricultores que se beneficiam deste processo.
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